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Atenção Primária pautou Audiência Pública na Câmara Municipal

Reunião ouviu profissionais da Saúde e população presente no Plenário Deputado Wilson Tanure.

Publicado em: 14/04/2025

Atenção Primária pautou Audiência Pública na Câmara Municipal

Esclarecer sobre os serviços da Atenção Primária à Saúde de Sete Lagoas foi o objetivo da Audiência Pública realizada na Câmara Municipal, na última quinta-feira (10), proposta pelo vereador Alber Enfermeiro (Mobiliza).

Porta de entrada para os serviços da Saúde, a Atenção primária precisa ser compreendida para ser de fato efetiva. Foi o que reforçou o vereador Alber Enfermeiro. “Nós sabemos que não se faz saúde sozinho. Se faz saúde com a participação popular, com políticas públicas e principalmente com medidas necessárias para se desenvolver uma saúde de qualidade, de eficiência”, destacou. Por isso mesmo a audiência reforçou, por meio dos debates, a importância da população conhecer melhor os serviços prestados, evitando assim superlotação da UPA e outras unidades para urgência e emergência.

“É na unidade de saúde do bairro que muita gente busca, não só tratamento, mas respeito, escuta e esperança. Sabemos que a realidade é dura. Enfrentamos a falta de médicos, medicamentos, de estrutura adequada. Vemos profissionais se desdobrando para atender a todos com dignidade, mas com poucos recursos. Mas a saúde é um direito de todos, e a Atenção Primária precisa ser fortalecida com investimento, com planejamento e, principalmente, com vontade política”, reforçou a presidente do Conselho Municipal de Saúde, Cíntia Elizamara Alves Ruas.

A superintendente geral da Atenção Primária, Sueli Barbosa, apresentou a rede municipal de saúde aos presentes. “A Atenção Primária é a porta principal e de entrada para todos os serviços de saúde, onde ocorrem os atendimentos individuais, coletivos, que focam na prevenção, promoção da saúde e dos agravos, tratamento, a reabilitação e a redução de danos, tudo o que estiver relacionado ao cuidado integral do paciente, perpassando pela educação, pela moradia, pela questão da Assistência Social, todos trabalhando juntos para garantir atenção integral ao usuário”, explicou.


Rede e serviços em números

A rede assistencial em Sete Lagoas, dividida em cinco regionais, hoje é composta por 60 Equipes de Saúde da Família (ESF), mais quatro em fase final de implantação; cinco EAPs (Equipes de Atenção Primária), que são os antigos Centros de Saúde; um Centro de Saúde; dois EAPPs (Equipe de Atenção Primária Prisional) no Presídio Promotor José da Costa, a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC); o Centro de Internação Provisória (CEIP) e o Centro Socioeducativo (CSE), um Consultório de Rua (CR); um ambulatório LGBT; 1 ambulatório Implanon e a equipe do Acolher (Equipe Assistencial). Cada regional é responsável por um número de equipes que integram aquele território, sendo a Lagoa Boa Vista com 14 equipes, a Lagoa Paulino com 13 equipes, a Lagoa Catarina com 14 equipes, a Matadouro com 13 e a Lagoa Grande com 16 equipes.

Cada equipe é composta por enfermeiros, médicos de ESF, médicos especialistas nas EAPs, técnicos e auxiliares de enfermagem, atendentes de portaria, pessoal do administrativo, agentes comunitários de saúde, os serviços gerais, os vigias e os gerentes das UBSs e das EAPs. As equipes da Atenção Primária contam ainda com nove Equipes Multiprofissionais (eMulti), antigos NASFs (Núcleos Ampliados de Saúde da Família), contando com nutricionistas, assistentes sociais e psicólogos.

Quanto à saúde bucal, Sete Lagoas conta com 33 equipes na Atenção Primária, sendo 18 na modalidade I (um dentista e um auxiliar ou um técnico) e 15 na modalidade II (um dentista, um auxiliar e um técnico). Na Atenção Secundária, a cidade conta, hoje, com 1 Centro de Especialidades Odontológicas (CEO II) e na Atenção Terciária, uma equipe no Hospital Municipal e uma na UPA, além de uma parceria para atender aos usuários da APAE.

A Atenção Primária em Sete Lagoas conta com 20 salas de vacina estando uma em processo de implantação no ESF do Canadá, além de um espaço disponível no Shopping Sete Lagoas, e dentro do Hospital Nossa Senhora das Graças há um local específico para aplicação da vacina BCG e de Hepatite nos recém-nascidos, além de dois Vacimóveis.  

 

Evolução da cobertura

A superintendente geral de Atenção Primária de Sete Lagoas, Sueli Lacerda, também apresentou a evolução da cobertura da Atenção Primária no município, nos últimos quatro anos. Em 2021, a cobertura era de 76%, em 2022, 78%; no ano 2023 saltou para 86% e, em 2024, a cobertura atingiu 93%. A atual cobertura da Saúde Bucal no município é de 58,04%.

No primeiro trimestre de 2025, a Atenção Primária realizou 72.279 atendimentos individuais; 10.738 atendimentos odontológicos; 212.08 visitas domiciliares e 1.914 atividades coletivas.

A especialista em Saúde Pública, Thais Tavares, apresentou os protocolos usados em Sete Lagoas sobre Pré-Natal, puericultura e planejamento familiar. Já a Mestre em Saúde Pública, Isabela Brant, falou sobre consulta de Enfermagem, visita e acompanhamentos domiciliares. O especialista Farmacêutico, Anderson Luiz Silva abordou o tema Prescrição de Medicamentos e Insumos. A população também teve voz e reivindicou melhorias no sistema em alguns ESFs da cidade.

A usuária da rede Maria José da Silva parabenizou a realização da Audiência Pública como um espaço informativo, e convidou a comunidade a ser mais participativa. “Saímos daqui com muitas informações necessárias sobre a Atenção Primária na salvação da vida. O vereador (Alber Alípio) foi muito feliz nessa sua primeira atitude, e não é costume da nossa cultura participar. Hoje, a gente viu a dimensão que é a saúde Primária. E como moradora do bairro Jardim Arizona, quero aqui, de coração, agradecer todo o serviço lá prestado”, disse.

Por outro lado, a unidade de saúde do bairro Cidade de Deus foi alvo de muitas críticas. A moradora Carla Rodrigues Gomes também enfatizou que as duas unidades existentes no bairro são referências para uma área com grande demanda. “O Posto Santa Felicidade e o Cidade de Deus estão com uma demanda de sete bairros, e são dois anexos para atender. O bairro cresceu muito e as unidades não estão dando conta da demanda de consultas, de exames. O posto de saúde do Santa Felicidade é longe, e eu não consigo falar lá porque não tem telefone. Não consigo marcar uma consulta se eu não for até o posto de saúde. Tem pais e mães que trabalham e dependem de um agente de saúde, e hoje o posto não emprega um agente. O que está faltando para contratar o funcionário? Aonde está o problema?”, questionou a usuária. O secretário municipal de Saúde, Jean Barrado, disse que o desafio está posto e precisam ser resolvidos, no entanto,  é necessário voltar a valorizar alguns princípios que se perderam no ESF. “ A atenção da equipe é obrigação na área de sua abrangência. É impossível equipes de saúde da família trabalhar sem saber o que está acontecendo em sua área de abrangência, com os usuários do sistema. Acredito que temos que discutir bastante, descobrir as formas de resolver, mas o acolhimento, atendimento e encaminhamentos adequados devem acontecer, no pese às dificuldades que encontramos na saúde especializada”, afirmou o secretário.

Ao final da audiência, que contou com a participação dos vereadores Walisson Lelé (Rede) e Téo da Equoterapia (Podemos), o vereador Alber Enfermeiro pontuou os encaminhamentos, como a apresentação de Projeto de Lei sobre prescrição dos enfermeiros. “Também vamos nos organizar para realizar visitas em bairros mais distantes e assim poder constatar como está a Atenção Primária nestas localidades”, finalizou.

A Audiência Pública na íntegra está disponível no YouTube oficial da Câmara Municipal de Sete Lagoas. Clique aqui e assista.